Início do conteúdo

20/08/2010

Pesquisadores fazem previsões sobre as vacinas do futuro


Quais serão as vacinas do futuro? Esta instigante pergunta será respondida por Gustav Nossal, professor emérito do Departamento de Patologia da Universidade de Melbourne, na Austrália, durante o simpósio Erradicação da Varíola após 30 Anos: Lições, Legados e Inovações, no Rio de Janeiro, de 24 a 27 de agosto. De acordo com Nossal, autor de sete livros e 530 artigos científicos no campo da imunologia, vacinas para malária e Aids, bem como uma nova vacina para tuberculose, podem estar disponíveis a médio prazo, dentro de uma a duas décadas.



Ainda segundo o médico, num prazo menor, dentro de cinco a dez anos, devem estar disponíveis uma vacina conjugada para o tifo, uma vacina à base de proteína para Neisseria meningitidis do sorogrupo B (bactéria causadora de meningite meningocócica), vacinas para shigelose (disenteria bacteriana), uma vacina à base de proteína para Streptococcus pneumoniae (bactéria causadora de pneumonia e meningite) e uma vacina para Streptococcus do grupo A. Já num prazo maior, dentro de 20 a 50 anos, surgirão vacinas para doenças auto-imunes, como diabetes juvenil e doença celíaca, e para o câncer.



As previsões de Nossal são feitas com base em sua vasta experiência profissional. Ele presidiu o comitê que supervisionou o Programa Global para Vacinas e Imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi presidente do Conselho Consultivo Estratégico do Programa de Vacinas para Crianças da Fundação Bill e Melinda Gates e também esteve à frente da União Internacional de Sociedades de Imunologia.



Durante o simpósio, as vacinas do futuro também serão alvo da análise de Myron Levine, do Centro para o Desenvolvimento de Vacinas da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland em Baltimore, nos Estados Unidos. Levine chama a atenção para as diferenças entre os países industrializados e os países em desenvolvimento. Nos primeiros, segundo o pesquisador, haverá uma crescente preocupação com a segurança das vacinas e o desenvolvimento de vacinas para doenças crônicas. No segundo, os esforços estarão concentrados em vacinas para doenças infecciosas de impacto na saúde pública. “As futuras vacinas para o mundo em desenvolvimento visarão também imunizar com êxito com um número menor de doses (de um modo ideal, com apenas uma única dose, no início da vida), sem a necessidade de uma agulha e de uma seringa, para obter uma maior proteção sem doses de reforço e de modo a suportar os extremos de um calor tropical e de um frio congelante, sem efeitos prejudiciais à sua potência”, avalia, no resumo.


Publicado em 20/08/2010.

Voltar ao topo Voltar