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25/05/2015

Fiocruz lança Castelo Bem Assombrado nas mídias sociais

Renata Moehlecke


A partir desta segunda-feira (25/5), toda quinzena, as mídias sociais oficiais da Fundação contarão com a presença de personagens ilustres, os três fantasminhas camaradas do Castelo Bem Assombrado da Fiocruz: Oswaldo, Carlos e Sergio. Trata-se de um projeto de cartum criado pela Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da Fundação em parceria com o cartunista Caco Xavier. A proposta é abordar temas caros à saúde pública e à ciência e tecnologia de uma forma lúdica, com base nas figuras de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sergio Arouca.

“Oswaldo, o visionário inovador da Saúde Pública, Carlos, o cientista criativo e rigoroso, e Sergio, o sanitarista da participação social, são personagens pensados a partir da figura de cientistas que foram extremamente importantes para a história da Fiocruz, para a formação do Sistema Único de Saúde [SUS], para a saúde pública brasileira e para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país”, comentou Caco Xavier, tecnologista da Fundação. “Na comemoração dos 115 anos de existência da Fundação, esses três inteligentes fantasminhas revelam ao mundo que sempre estiveram acompanhando de perto o trabalho dos pesquisadores, professores, técnicos e demais profissionais envolvidos com os objetivos da Fiocruz, inspirando direções e respostas aos problemas da saúde do povo brasileiro”.  

De acordo com Caco, a principal intenção do projeto é usar o humor como ferramenta para reflexões ou críticas, e para divulgar informações relevantes para a ciência no Brasil. O cenário para a ação dos personagens é o centenário Castelo Mourisco da Fiocruz, principal símbolo da instituição. “As aventuras desses três fantasminhas junto ao Castelo funcionam como mais um reforço de divulgação do trabalho da Fiocruz a partir da imagem caricata, por uma via que não é a da ciência hard, dos artigos científicos”, destacou o cartunista. “Também é uma possibilidade de estimularmos reflexões que não seriam possíveis de serem feitas se não fosse por esse meio ou caminho, que é a arte.”

Caco, que hoje atua como tecnologista na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), começou a desenhar quando criança, o que o levou, anos mais tarde, a cursar arquitetura e jornalismo na universidade. “Desenho sempre foi instintivo e um interesse para mim. Mas o meu barato mesmo sempre foi a história contada, a literatura, o que me conduziu naturalmente à história em quadrinhos e ao cartum", explicou. "Tudo que eu faço tem sempre um pouco de humor, o que também encaixa perfeitamente no meio”.

Na década de 1980, Caco começou a criar cartuns de forma profissional e publicou peças em famosos meios da época, como o jornal O Pasquim. O cartunista também ganhou diversos prêmios por suas obras, chegando o primeiro lugar do Salão de Humor de Piracicaba por três anos consecutivos. Em 1986, Caco entrou na Fiocruz para trabalhar no programa Radis como redator e ilustrador. "A possível interface entre comunicação e educação sempre me interessou. Até 2003, desenvolvi quadrinhos, ilustrações e tirinhas de humor em saúde no Radis, que é um lugar de ponta na divulgação científica e na saúde pública, com essa perspectiva”, contou.

Caco Xavier topou o desafio de utilizar a internet como meio de divulgação dos cartuns (Foto: Peter Ilicciev)
 

Formado em Filosofia e com mestrado e doutorado em Antropologia Social, Caco, apesar de ter trilhado outros caminhos dentro da Fundação, nunca abandonou o desenho e a pesquisa sobre o meio. “Em 2001, publiquei um artigo na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, da Casa de Oswaldo Cruz [COC/Fiocruz], que analisa mais de 3 mil cartuns de 47 países sobre humor e Aids inscritos na 1° Bienal Internacional de Humor”, apontou. “Também fiz alguns trabalhos de quadrinhos em saúde como, por exemplo, um sobre HIV/Aids para a Sociedade Viva Cazuza e outro sobre dengue, parte de um convênio do governo do Estado do Rio de Janeiro com o jornal O Dia. Foram mais de 1 milhão de exemplares de uma cartilha voltada para o público infantil com informações úteis para o combate à doença".

Agora, Caco também está trabalhando na Ensp/Fiocruz com tirinhas que apresentam o personagem Arouquinha (clique e conheça este e mais um pouco sobre o trabalho do cartunista)Para Caco, trabalhar com o Castelo Bem Assombrado da Fiocruz traz um novo desafio, que é o uso da internet como um meio de divulgação de cartuns. “A internet como meio ainda é pouco explorada no Brasil no campo do humor e quadrinhos. São muitas as possibilidades desse meio, que ainda é muito pensado com base no impresso, sem o uso de movimento, do som e da hipertextualidade. Com a internet, existe também a possibilidade de maior interação com as pessoas a partir da arte. O jogo proposto pelos três fantasminhas nas mídias sociais se torna bacana, pois, além do projeto servir como um estímulo a reflexão, ela também coloca a Fundação em um maior contato com na sociedade de uma forma geral", concluiu.

Confira também Especial de 115 anos da Fiocruz no Portal Fiocruz

Leia mais: Os mistérios do Castelo Mourisco de Manguinhos

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